segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nem boas atuações dos concorrentes na Euro foram suficientes para desbancar a lenda chamada Lionel Messi

Messi, C. Ronaldo e Iniesta concorriam à Bola de Ouro
Deu a lógica em Zurique. Com 41,6% dos votos de jogadores, treinadores e jornalistas, Lionel Messi confirmou o favoritismo, superou Cristiano Ronaldo (23,68%) e Andrés Iniesta (10,91%) e foi considerado o melhor jogador do mundo pelo quarto ano consecutivo. A conquista representa mais um recorde para a carreira do argentino, o único até aqui eleito em quatro ocasiões. Antes dele, cinco atletas já haviam levado o prêmio três vezes: Johan Cruyff, Michel Platini e Marco van Basten  ganharam a Bola de Ouro da France Football, enquanto Zinedine Zidane e Ronaldo faturaram o troféu da FIFA - lembrando que as duas premiações foram unificadas em 2010.

Em 2012, o páreo para Messi era mais complicado, já que seus dois concorrentes disputaram no meio do ano a Eurocopa. E, embora eu ache injusto uma competição da qual nem todos participam interferir na eleição do melhor jogador do planeta, é inegável que esses torneios de seleções têm influência no momento do voto. À exceção de 2010, o prêmio da FIFA sempre acabou nas mãos do atleta que mais havia se destacado na Copa do Mundo meses antes - Romário, em 1994, Zidane, em 1998, Ronaldo, em 2002, e Fabio Cannavaro, em 2006. O meia francês também foi eleito pela entidade em 2000, quando conduziu seu país ao título europeu. Com relação à Bola de Ouro, o zagueiro alemão Matthias Sammer a conquistou em 1996, ano em que foi o craque da Euro.

Esse cenário vem se alterando nos últimos anos. Em 2010, apesar de não ter feito uma Copa à altura de suas atuações no Barcelona e de não ter conquistado a Champions, outro campeonato que faz a diferença na votação do melhor jogador, Messi foi eleito o craque daquele ano. Porém, é difícil imaginar que uma boa aparição em um torneio como a Eurocopa não possa mudar os rumos da premiação. E Cristiano Ronaldo e Iniesta não decepcionaram. O português marcou três gols, todos eles decisivos, e terminou como um dos artilheiros. Já o meia da Espanha foi o craque da seleção bicampeã continental e, consequentemente, de toda a competição - o que lhe rendeu, inclusive, o título de melhor jogador da Europa, desbancando justamente Messi e Ronaldo.

Entretanto, o bom desempenho dos europeus não foi suficiente para desbancar Lionel Messi no prêmio mais cobiçado. Em 2012, o camisa 10 da equipe blaugrana conquistou apenas a Copa do Rei, o que é pouco em comparação com os anos anteriores e com os próprios títulos de Cristiano Ronaldo, campeão espanhol e da Supercopa do país, mas os números individuais de Messi se multiplicaram e ganharam proporções impressionantes. Ele marcou 91 gols e se tornou o maior artilheiro da história em um ano solar (de janeiro a dezembro), superando Pelé e Gerd Müller. Para se ter uma ideia, o Liverpool, tradicional clube da Europa, foi às redes 95 vezes em partidas oficiais no ano passado, somente quatro a mais que Messi, que ainda distribuiu 23 assistências.

Como eu já disse, o atacante de 25 anos foi eleito o melhor jogador do mundo pela quarta vez consecutiva. A primeira aconteceu em 2009, quando Messi triunfou simplesmente tudo o que era possível com o Barcelona. De lá até aqui, as estatísticas do argentino dificultam bastante a missão de discordar de alguma dessas quatro escolhas. A única que contesto é a de 2010, ano em que, na minha opinião, Wesley Sneijder era o merecedor do prêmio. O meia holandês foi peça-chave da Internazionale nos títulos do Campeonato Italiano, da Copa da Itália e da Liga dos Campeões, além de ter sido um dos artilheiros e vice-campeão do Mundial da África do Sul. Entretanto, não considerei a escolha de Messi um absurdo, até porque, tecnicamente, ele era o melhor.

Essa conquista sem dúvida trará à tona questionamentos que, a meu ver, não têm muita relevância. Messi é o maior jogador de de todos os tempos? Ele já ultrapassou Pelé, Puskás, Cruyff, o compatriota Maradona, Ronaldo e Zidane? Para mim, estabelecer relações entre um atleta de hoje e de décadas atrás pode nos induzir facilmente ao erro, sobretudo pelo fato de o futebol ser um esporte em completa transformação. O jogo de hoje é totalmente diferente do jogo dos anos 60 e 70, por exemplo. A única certeza que tenho é a de que Messi já ocupa há algum tempo o patamar de "lenda" ao lado de nomes como os que citei acima. Bom para nós, que podemos ver de perto um craque de talento semelhante ao de jogadores históricos que não pudemos acompanhar.

Abaixo, assista a vídeos com alguns lances dos três indicados à Bola de Ouro em 2012 e tire suas próprias conclusões. Em sua opinião, quem foi o melhor jogador do mundo no ano passado?





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